sexta-feira, 26 de julho de 2024

Sol, cadernos, segredos

Escrevo em vários lugares. Cadernos, espaços virtuais, gravo textos no celular que nunca volto a escutar. De uns tempos pra cá tenho percebido que penso em forma de texto escrito. Mas, em geral, a Martha, a irmã de Maria, tem coisas muito urgentes para fazer e os textos vão passando pela sua cabeça enquanto lava, limpa, varre, corta, organiza, arruma, cozinha... 

Talvez se parasse com todos estes afazeres intermináveis também deixasse de pensar "em texto". E aí para que sentar e pegar a caneta, o teclado?... 

De certa forma distribuir os escritos em lugares variados é uma forma de manter e selecionar públicos: este pode ser lido por esta e aquela pessoa... esta parte melhor não...um pouquinho de açúcar aqui... um pouco de ironia ali... soturna... inteligente... sagaz... infantil... pretensiosa?

Quando um texto parece vazar, o susto! Mas porque ele está no mais público dos cadernos? Não será para que seja encontrado? E o que teria nele de segredo? Afinal, é o mais ficcional de todos eles! Será que é assim que a ficção nos mostra a verdade?

E hoje, em um dia de sol, o céu parece cinza. Angustia.