segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Sobre mães e férias e preenchimento de vazios...

 O almoço na casa da minha tia saia cedo. As 11h a mesa estava posta e nós acordávamos para almoçar. Uma comida sempre deliciosa. Quase me lembro do gosto. Aquela casa cheia de primas, de aconchego, de sabores e perfumes me encantava. A cidade com o céu mais cheio de estrelas que já vi. A descoberta do desejo. A delícia de ouvir a rádio local. Os bailes, as fofocas, confidências...

Sinto saudades da viagem, algumas vezes feita de trem. Que delícia. Parando em cada estação. Me deu uma noção bastante esquisita da localização das cidades. parece que a ordem era trocada... na minha cabeça ficou marcada uma ordem que provavelmente eu construí, com as referências que tive: Dois Córregos, Jaú, Itirapina... o trevo de Brotas! A estação. Até hoje tão bonita. Pena que não param mais trens lá.

E como era bom tudo aquilo... tantas primas para admirar... a linda, a rebelde, a boa amiga, a independente, a séria... e naquela casa de mulheres um pai sério e ao mesmo tempo terno. Talvez não fosse realmente assim, mas na minha cabeça aquela casa e aquela família eram a imagem da mansidão, da harmonia, das coisas corretas. Tudo era como deveria ser.

Minha tia era uma presença de mãe magnífica! Ela é até hoje. Eu sempre admirei mães, mesmo antes de perder a minha. A Tia Terezinha foi uma presença tão importante neste momento em que um grande buraco se abriu na minha vida. Uma das minhas mães, com quem aprendi, a quem procurei copiar, a quem sou profundamente grata. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário