segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Tempo, tempo, tempo, tempo

Já faz algum tempo que eu penso sobre o tempo... e desenvolvo teorias a respeito. Provavelmente sem muita possibilidade de comprovação, mas teorias que aquietam meu coração. Para mim o tempo se mantem o tempo todo. Quando lembramos, revisitamos aquele tempo que está lá, existente, com os personagens que o compuseram . E assim permanecemos vivos pelo menos pelo tempo em que somos lembrados. Mas eu nunca tinha relacionado o meu interesse por este tema às minhas intermináveis listas. Listas de coisas passadas e de questões futuras. Livros lidos, amores vividos/perdidos, filmes vistos, tarefas a fazer... Em todas elas a relação com o tempo é clara. Nas que são planejadas para o futuro muitas vezes o complemento da lista é a distribuição das tarefas em uma agenda, raramente cumprida. A leitura de O som e a Fúria me colocou muito neste lugar de pensamento de como o livro me afetou e, entre outras coisas, se colocou esta questão do tempo. A inexistência de futuro nesta história de alguma forma me levou a pensar sobre as minhas listas e como as tarefas a serem cumpridas me dão de certa forma uma crença no porvir. (Escrevi isso antes do Tudo em todo lugar ao mesmo tempo, tá?) E descobrir que minha filha usa meu nome em uma senha, ou que talvez um dia eu venha a ter uma neta chamada Martina, que não deixa de ser uma derivação do meu próprio nome, me emociona e me garante viva. E viva para novos desafios, com novas ideias e novos propósitos, com novos erros, escolhas, acertos. Não será isso uma forma de continuar? Não é isso o viver uma nova vida? E na sociedade do metaverso poderei ter outros gêneros, poderei novamente ser criança e distrair meus filhos da falta que podem sentir de mim, mesmo que sem ser esquecida. Meu pai continua em minhas lembranças todos os dias. Sinto sua falta e sua presença.

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