Cinco anos se passaram e eu não retomei os encontros. Está certo que houve a pandemia. E a pandemia é sempre uma resposta justa para muitas coisas! Adiamentos, desistências, mudanças de rumo, depressão...Aconteceu também a morte do meu pai e, acho que pela primeira vez depois de muitas perdas, me permiti viver um tempo de luto. Tivemos quatro anos de governo Bolsonaro e isto talvez justifique tanto quanto a depressão, o desânimo...
Cinco anos se passaram e agora me encontro em outro momento: Completei dez anos de terapia; estou participando do planejamento do casamento da minha filha, e me surpreendendo com quanto isto me emociona; tenho agora perto de mim um garotinho marrento que me chama de vovó e que vez por outra vem bagunçar minha casa, desafiar minhas regras e derrubá-las com a maior facilidade, me surpreender com pequenas e grandes descobertas, encher meu coração de ternura e garantir que continuamos presentes.
Mas, por mais desculpas e sentidos que eu encontre na protelação desta e de outras ações, não consigo deixar de pensar em por que tenho tantas pendências? Tenho uma pasta de pendências cheia de papéis que me lembram coisas que eu gostaria de fazer ou que em algum momento eu me comprometi a fazer e nunca fiz. Algumas destas coisas, talvez até todas elas, podem vir a não ser feitas nunca. Na maior parte dos casos não tem ninguém me cobrando para fazê-las. Na totalidade não acontecerá nada de grave se eu não as realizar nunca. Então, porque eu não retiro da pasta? Ou porque eu não me coloco em ação?
O que me segura?
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